quinta-feira, 1 de março de 2012

História Para melhor conhecer Fátima História Para melhor conhecer Fátima

O Santuário Situado na Cova da Iria, é composto por: - Recinto de Oração - Capelinha das Aparições - Basílica - Colunatas - Casas de Retiros de Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora das Dores. - Igreja da Santíssima Trindade 8.1 Recinto de oração Embora não coberto, o Recinto de Oração é como que uma grande Igreja que tem acolhido milhões de peregrinos, vindos de todos os cantos do mundo, para aí louvar o Senhor e Sua Mãe. Como Igreja que é, tem uma Cruz, um Altar, uma Via-Sacra e imagens de Santos. Na parte de trás da Capelinha, e junto ao edifício da Casa de Nossa Senhora das Dores, com entradas pelo Santuário, encontra-se o Posto de Acolhimento/Informações. Muro de Berlim Em 13 de Agosto de 1994 foi inaugurado, à entrada do Recinto, do lado Sul, o Monumento do Muro de Berlim. Trata-se de um bloco do muro que começou a ser construído naquela cidade alemã na noite de 12 para 13 de Agosto de 1961 e viria a ser demolido em Novembro de 1989. O bloco pesa 2.600 quilos, mede 3,60 metros de altura e 1,20 metros de largo, e foi oferecido por um português residente na Alemanha. Homenagens ao Cónego Formigão e Dr. Fisch er. No dia 13 de Outubro de 1998 foi inaugurado, à entrada do Santuário, junto ao Muro de Berlim, um monumento-memória dedicado aos padres Cónego Dr. Manuel Nunes Formigão e Prof. Dr. Luís Fischer, dois ilustres sacerdotes que estiveram nos fundamentos da historiografia das aparições de Fátima e da difusão da sua mensagem, respectivamente em Portugal e na Alemanha. O monumento é da autoria de Graça Costa Cabral e é constituído por 7 painéis de granito verde pérola. Presépio Na madrugada do dia 25 de Dezembro de 1999, início do grande Jubileu, foi inaugurado, no Recinto do Santuário, um presépio da autoria de José Aurélio, de Alcobaça. Tem a forma de um triângulo (referência à Santíssima Trindade), com 5 metros de altura e 5 metros de largura. É de chapa de aço inox perfurada, o que permite a colocação de numerosas lâmpadas que, à noite, iluminam todo o conjunto. A azinheira grande Tem mais de cem anos e era a maior existente na Cova da Iria em 1917. Não foi sobre ela que Nossa Senhora apareceu mas, por estar relacionada com as Aparições, foi a única que ficou, de todo o conjunto que havia. Foi justamente quando passavam junto à Azinheira Grande, como conta a Lúcia, que viram, pela segunda vez, o relâmpago que precedeu a Aparição de 13 de Maio. Nos meses seguintes era a sombra da Azinheira Grande que os três pastorinhos rezavam o terço com as pessoas que os acompanhavam, preparando-se assim para receber a visita e a Mensagem da Senhora. A Direcção-Geral dos Recursos Florestais de Portugal classificou- -a, a 2 de Janeiro de 2007, de “interesse público”. Fontanários Logo a seguir às Aparições, começou a sentir-se a necessidade de encontrar água na Cova da Iria para satisfazer os peregrinos, que aqui acorriam em grande número. Não havia poços. A água que havia nas redondezas era de cisternas. Em 9 de Novembro de 1921 apareceu água a cerca de 40 metros da Capelinha, depois de feitas algumas perfurações. Do fontanário com o conjunto de 15 bicas primitivas, que foi demolido devido às obras de regularização do Recinto, ficou apenas visível a parte superior e a coluna que suporta a estátua do Sagrado Coração de Jesus. Tem, actualmente, 4 bicas. Monumento ao Sagrado Coração de Jesus A Imagem é de bronze dourado e de autor desconhecido. Oferecida por um peregrino, foi benzida por Mons. João Beda Cardinale, Núncio Apostólico, em 13 de Maio de 1932. A sua localização no centro de Recinto marca a centralidade da pessoa de Jesus Cristo na Mensagem de Fátima, o que é manifesto já desde as aparições do Anjo. 8.2 Capelinha das aparições A Capelinha das Aparições é o coração do Santuário. Foi esse o lugar escolhido por Deus para, por meio de Nossa Senhora, revelar a Sua mensagem aos homens do nosso tempo. Foi aí que Nossa Senhora falou aos Pastorinhos. Aí tiveram lugar cinco aparições de Nossa Senhora (13 de Maio, Junho, Julho, Setembro e Outubro). Foi construída no local das aparições em 1919, de 28 de Abril a 15 de Junho, e posteriormente benzida. Aí se celebrou missa pela primeira vez em 13 de Outubro de 1921. O primeiro capelão foi o Padre Manuel de Sousa. Tendo sido dinamitada na noite de 5 para 6 de Março de 1922, foi restaurada e reinaugurada em 13 de Janeiro de 1923. A construção do primeiro alpendre teve início em 13 de Dezembro de 1922, tendo terminado em 13 de Outubro de 1924. As placas de “ex-votos” que cobriam as paredes da Capelinha foram retiradas em 1964. Embora sujeita a ligeiras alterações, a Capelinha mantém os traços originais. O alpendre actual foi inaugurado aquando da visita do Papa João Paulo II em 12/13 de Maio de 1982. Em 1988, Ano Mariano, o tecto foi forrado com madeira de pinho, proveniente da Rússia, norte da Sibéria. Foi escolhida esta madeira pelas suas características de leveza e durabilidade. O pedestal, onde se encontra a Imagem de Nossa Senhora, marca o sítio onde estava a pequena azinheira (desaparecida devido à devoção dos primeiros peregrinos que a levaram, raminho a raminho), de um metro e pouco de altura, sobre a qual Nossa Senhora apareceu. A construção da Capelinha foi a resposta ao pedido de Nossa Senhora: “quero que façam aqui uma capela em minha honra”. O órgão da Capelinha Foi construído pelo Organeiro Gerhard Grenzing, de Barcelona (Espanha). Conta com 12 registos e dispõe de dois teclados manuais e pedaleira. Dedicado quase exclusivamente ao acompanhamento das celebrações, permite, graças aos seus timbres particularmente cuidados, a interpretação de peças do repertório sacro num enquadramento litúrgico. Foi inaugurado e entrou ao serviço aquando da Peregrinação Aniversária de 12/13 de Maio de 2001. A imagem de Nossa Senhora A Imagem que se venera na Capelinha foi oferecida em 1920 por Gilberto Fernandes dos Santos, de Torres Novas. Foi benzida na Igreja Paroquial de Fátima em 13 de Maio de 1920, pelo pároco, Pe. Manuel Bento Moreira, e trazida para a Capelinha em 13 de Junho desse mesmo ano. Em 13 de Maio de 1946 foi solenemente coroada pelo Legado Pontifício, Cardeal Masella. A coroa preciosa, que a Imagem ostenta apenas nos dias das grandes peregrinações, foi oferecida pelas mulheres de Portugal, a 13 de Outubro de 1942. É de ouro, pesa 1200 gramas e tem 313 pérolas e 2679 pedras preciosas. É exemplar único e de alto valor artístico e estimativo. Foi executada gratuitamente na Joalharia Leitão & Irmão, de Lisboa, e nela trabalharam 12 artistas, durante 3 meses. Em 1989 foi encastoada nela a bala extraída do corpo do Santo Padre após o atentado em Roma, em 13 de Maio de 1981, e por ele oferecida ao Santuário, em 26 de Março de 1984. Obra do escultor santeiro José Ferreira Thedim, a Imagem é de madeira (cedro do Brasil) e mede 1,04 metros. Foi restaurada pelo autor em 1951 e retocada várias vezes, posteriormente. Viagens da imagem da capelinha. Esta imagem apenas deixa a Capelinha das Aparições em ocasiões consideradas muito especiais, que a seguir se enumeram: 1ª - De 7 e 13 de Abril de 1942, para o encerramento do II Congresso da Juventude Católica Feminina, na Igreja de Nª Srª de Fátima, em Lisboa. 2ª - De 22 de Novembro a 24 de Dezembro de 1946, por ocasião do tricentenário da proclamação de Nª Srª da Conceição como Padroeira de Portugal. A imagem saiu do Santuário de Fátima na manhã do dia 22 de Novembro e regressou a 24 de Dezembro, após um périplo pela Estremadura e Ribatejo. 3ª - De Outubro de 1947 a Janeiro de 1948 a imagem peregrinou pelo Alentejo e Algarve, passando a fronteira luso-espanhola por duas vezes, em Elvas e Vila Real de Santo António. 4ª - De 22 de Maio a 2 de Junho de 1948, por ocasião do Congresso Mariano Diocesano de Madrid. 5ª - De 9 de Junho a 13 de Agosto de 1951, em visita a todas as paróquias da Diocese de Leiria. 6ª - De 13 a 17 de Maio de 1959, por ocasião da inauguração do Monumento a Cristo Rei, a 17 de Maio, tendo visitado Lisboa e Almada. 7ª - Em 1984, a pedido do Papa João Paulo II, foi ao Vaticano onde, a 25 de Março, foi feita na Praça de S. Pedro, a consagração do mundo ao Imaculado Coração de Maria. Foi também neste dia que o Santo Padre ofereceu a Nossa Senhora a bala que o tinha atingido no atentado de que tinha sido vítima a 13 de Maio de 1981. 8ª - De 6 a 9 de Outubro de 2000 foi ao Vaticano para o Jubileu dos Bispos. No dia 8, o Santo Padre, em união com todo o episcopado, o Santo Padre fez a consagração do novo milénio a Nossa Senhora: “Ó Mãe, que conheces os sofrimentos e as esperanças da Igreja e do mundo, assiste os teus filhos nas provações quotidianas que a vida reserva a cada um e faz com que, graças ao esforço de todos, as trevas não prevaleçam sobre a luz. A Ti, aurora da salvação, confiamos o nosso caminho no novo Milénio para que, sob a tua guia, todos os homens descubram Cristo, Luz do Mundo e Único Salvador, que reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amem” (texto da consagração, ponto 5º). 9ª - 12 de Dezembro de 2005, aquando do Congresso da Nova Evangelização, foi a Lisboa, onde foi consagrada a cidade a Nossa Senhora de Fátima, na presença de cerca de 500.000 pessoas. 10ª - De 17 a 18 de Maio de 2009, no cinquentenário do monumento a Cristo Rei, foi a Lisboa e Almada. Junto à Capelinha existem locais próprios para a entrega de promessas e ofertas dos peregrinos (velas, figuras de cera, flores, etc.), assim como o self-service de velas e os tocheiros. 8.3 Basílica de Nossa Senhora do Rosário Tal como a Capelinha das Aparições, a Basílica foi construída para corresponder ao pedido expresso de Nossa Senhora “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário...” (13 de Outubro de 1917). Ergue-se no local onde, em 13 de Maio de 1917, os três Pastorinhos brincavam “a fazer uma paredita”, quando, de repente, viram um relâmpago que os assustou e fez com que juntassem o rebanho para regressarem a casa. O projecto foi concebido pelo arquitecto holandês Gerardus Samuel van Krieken e continuado pelo arquitecto João Antunes. A 13 de Maio de 1928 foi benzida a primeira pedra pelo Arcebispo de Évora, D. Manuel Mendes de Conceição Santos. A sagração foi a 7 de Outubro de 1953. O título de “Basílica” foi-lhe concedido por Pio XII, pelo breve “Luce Superna”, de 11 de Novembro de 1954. O edifício, que mede 70,5 metros de comprimento e 37 de largura, foi construído totalmente com pedra da região (lugar do Moimento) e os altares são de mármore de Estremoz, de Pero Pinheiro e de Fátima. A torre sineira, erguida ao centro da fachada, tem 65 metros de altura, é rematada por uma coroa de bronze, de 7.000 quilos, construída na Fundição do Bolhão, Porto, e encimada por uma cruz iluminada que, de noite, se avista a longa distância. A coroa foi restaurada em Agosto de 1999 por Waldemar Karwowski, artista norte-americano de origem polaca, que ofereceu o trabalho e o material; a cruz foi substituída naquele ano. O carrilhão é composto por 62 sinos, fundidos e temperados em Fátima por José Gonçalves Coutinho, de Braga. O sino maior pesa 3000 quilos e o badalo 90. O relógio é obra de Bento Rodrigues, de Braga. O monograma - NSRF (Nossa Senhora do Rosário de Fátima) - na frontaria da torre, é em mosaico e foi feito nas oficinas do Vaticano. Os anjos da fachada, de mármore, são da autoria de Albano França. A estátua do Imaculado Coração de Maria, no nicho da torre, tem 4,73 metros e pesa 13 toneladas. É obra do escultor americano Pe. Thomas McGlynn, religioso dominicano, que a esculpiu em Itália, durante mais de dois anos, segundo o modelo feito sob a indicação da Irmã Lúcia; foi oferecida pelos católicos americanos, e benzida em 13 de Maio de 1958, por D. João Pereira Venâncio. À entrada da Basílica, por cima da porta principal, encontra-se um mosaico que representa a Santíssima Trindade a coroar Nossa Senhora. Foi executado nas oficinas do Vaticano e ali benzido pelo então Secretário de Estado, Cardeal Eugénio Pacelli, futuro Papa Pio XII, o “Papa de Fátima”. Interior da Basílica O templo é constituído por uma grande nave com capela-mor, transepto e duas sacristias, uma das quais foi convertida em lugar de culto com a designação de Capela de S. José. Tem 14 altares laterais. Cada um representa um mistério do Rosário, através de baixos-relevos em bronze, da autoria de Martinho de Brito e depois dourados por Alberto Barbosa. O XV Mistério está representado em pedra, na abóbada da capela-mor, vendo-se a Santíssima Trindade a coroar a Santíssima Virgem; é um alto-relevo da autoria do escultor Maximiano Alves. Pesa 65 toneladas. Os vitrais dos altares laterais, que representam invocações da ladainha de Nossa Senhora, e os restantes das galerias, da parte superior da nave e do transepto, assim como todas as pinturas do interior da Basílica, são da autoria de João de Sousa Araújo. Foram executados nas oficinas de J. Alves Mendes, de Lisboa e foram inaugurados em 1967. Vitrais do lado direito: Espelho de Justiça, Rainha da Paz, Consoladora dos Aflitos, Rosa Mística, Estrela da Manhã. Vitrais do lado esquerdo: Virgem Prudentíssima, Porta do Céu, Refúgio dos Pecadores, Arca da Aliança, Vaso Espiritual. Os vitrais das galerias representam: À direita: A Natividade de Nossa Senhora, A Visitação, A Anunciação, Os Esponsais da Virgem, A Apresentação no Templo. À esquerda: O Encontro de Jesus no Templo, As Bodas de Caná, Nossa Senhora junto à Cruz, Nossa Senhora com Jesus nos braços, A Assunção. Os vitrais da parte superior da nave: À direita: S. João, Cenas da vida dos Pastorinhos, As 3 Aparições do Anjo, O Cálix e a Hóstia. À esquerda: Anjo com um turíbulo, As 6 Aparições de Nossa Senhora. Do transepto: À direita: A Sagrada Família. À esquerda: Nosso Senhor a abençoar o mundo e o Imaculado Coração de Maria. O arco cruzeiro ostenta em toda a volta um mosaico, feito nas oficinas do Vaticano, onde se lê “REGINA SACRATISSIMI ROSARII FATIMAE ORA PRO NOBIS”. Foi oferecido pelos católicos de Singapura, e recorda a dedicação da Basílica a Nossa Senhora do Rosário, nome com que a Senhora se designou a si mesma, em 13 de Outubro de 1917. A porta do lado direito dá acesso à sacristia; a do lado esquerdo que dá passagem para a Capela de S. José, está encoberta por um ógão de tubos. Junto à primeira pode ver-se, na pilastra lateral, uma placa comemorativa da coroação da imagem de Nossa Senhora de Fátima (Capelinha) em 13 de Maio de 1946; junto à segunda porta, e também na pilastra lateral, outra placa, comemorativa do encerramento do Ano Santo em 1951. Em 10 de Abril de 1998 foi colocada nas paredes laterais uma via--sacra; trata-se de um conjunto de 15 painéis em mosaico, da autoria de Fred Pittino, e fruto de um legado de uma senhora espanhola das Vascongadas. o desenho da XV estação é obra de José Teia. Capela-mor Em 1995 foi remodelado o presbitério (capela-mor), sob projecto do Arq. Erich Corsepius. Ao centro situa-se um grande altar de pedra, para onde foi transferido, do altar primitivo, o frontal de prata, considerado uma jóia de arte. Foi feito na Ourivesaria Aliança, do Porto, e representa a Última Ceia de Cristo. O ambão, a peanha para Nossa Senhora e a cadeira da presidência são feitos da mesma pedra do altar. Todo o conjunto foi elevado cerca de 30 centímetros para melhor visibilidade dos peregrinos. O sacrário, tal como o frontal do altar, é de prata lavrada. Do lado esquerdo está uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, Virgem Peregrina que, desde 1947, tem percorrido o mundo. Encontra-se aí desde 08 de Dezembro de 2003. Na parede do lado esquerdo encontra-se um medalhão de bronze, obra de Leopoldo de Almeida, com a efígie de D. José Alves Correia da Silva, primeiro Bispo da diocese restaurada de Leiria (1920-1957), cujos restos mortais aí repousam, e que faleceu a 4 de Dezembro de 1957. Do lado oposto, encontra-se o corpo de Dom Alberto Cosme do Amaral, bispo emérito de Leiria-Fátima, que faleceu no dia 7 de Outubro de 2005. O seu corpo foi tumulado dia 10 de Outubro de 2005. O quadro do retábulo é obra do pintor João de Sousa Araújo e representa a Mensagem de Nossa Senhora que desce em forma de luz e de paz, ao encontro dos videntes, preparados pelo Anjo, através do seu encontro com Cristo na Eucaristia. Neste encontro está presente a Igreja na pessoa do Bispo da Diocese, ajoelhado do lado esquerdo. No canto superior direito figuram os Papas que receberam e tiveram parte nesta Mensagem: Pio XII que enviou o seu legado, Cardeal Masella, para coroar Nossa Senhora de Fátima, e consagrou o mundo ao Imaculado Coração de Maria; João XXIII que visitou o Santuário antes de ser Papa; e Paulo VI, que ofereceu a Rosa de Ouro ao Santuário, em 1965, e aqui esteve pessoalmente, em 13 de Maio de 1967. Do lado oposto, três anjos contemplam esta Mensagem da Mãe de Deus aos homens, mensagem de oração, de penitência, de reparação e de esperança. Os vitrais da capela-mor (1950/1951) representam os quatro Evangelistas, a aparição do Anjo, uma cena da vida dos Pastorinhos e aspectos da Cova da Iria em dia de peregrinação. Foram executados pela Sociedade Maumejean y Hijos, de Madrid. Imagem peregrina Feita segundo indicações da Irmã Lúcia, a primeira Imagem da Virgem Peregrina de Fátima foi oferecida pelo Bispo de Leiria e coroada solenemente pelo Arcebispo de Évora, a 13 de Maio de 1947. A partir dessa data, a imagem percorreu, por diversas vezes, o mundo inteiro. Em Maio de 2000 foi colocada na exposição «Fátima Luz e Paz», e, a 8 de Dezembro de 2003, solenidade da Imaculada Conceição, a Imagem foi entronizada na Basílica, tendo sido colocada numa coluna junto ao Altar Mor. Capela lateral esquerda Aí repousam, desde 1 de Maio de 1951, os restos mortais da Beata Jacinta, que morreu em 20 de Fevereiro de 1920, e os da Ir. Lúcia, que faleceu a 13 de Fevereiro de 2005, e para aí foi tresladada em 19 de Fevereiro do ano seguinte. Os altares desta capela foram oferecidos pelos católicos da Irlanda. Os painéis que se sobrepõem aos altares estão relacionados com a vida da Jacinta e a Igreja, nomeadamente a visão que ela teve do Santo Padre. A imagem da Jacinta é da autoria da escultora Clara Menéres e foi benzida pelo Papa João Paulo II em 13 de Maio de 2000. Capela lateral direita Aí repousam desde 13 de Março de 1952 os restos mortais do Beato Francisco, que morreu a 4 de Abril de 1919. Os painéis representam o Bispo de Leiria e os três Pastorinhos, cingidos pela corda que usavam como instrumento de sacrifício pela conversão dos pecadores. Os altares desta capela foram oferecidos pela cidade de Luanda, aí representada pelos brasões da cidade e do Bispo da Diocese. Em 13 de Maio de 2000, o Santo Padre benzeu a imagem do Beato Francisco Marto, da autoria do escultor José Rodrigues. Estátuas Do lado direito da capela-mor, encontra-se a imagem de S. Domingos de Gusmão, o grande apóstolo do rosário no século XIII, da autoria de Maria Amélia Carvalheira da Silva. Do lado esquerdo, a imagem de Santo António Maria Claret, fundador dos Missionários do Coração de Maria, da autoria de Martinho de Brito. À entrada da Basílica, do lado direito, encontra-se a imagem de S. João Eudes, da autoria de Martinho de Brito. Este santo francês do séc. XVII foi um grande pregador e fundou as Congregação de Jesus e Maria (Eudistas), e de Nossa Senhora da Caridade do Refúgio. Do lado esquerdo, Santo Estêvão, primeiro rei da Hungria, coroado no ano 1000, que consagrou a sua nação a Nossa Senhora. Esta imagem é da autoria de António do Amaral de Paiva, foi oferecida pelos católicos húngaros e recorda o sofrimento desse povo pela sua fé, aquando da invasão russa. Capela de S. José Existe nesta capela uma imagem de S. José, de autor desconhecido, que esteve, inicialmente, na antiga capela das confissões, demolida em 1946. Há também uma imagem de Nossa Senhora de Fátima (1967). Os cinco vitrais desta capela, da autoria de Eduardo Nery (1993), sugerem, numa harmonia de cores e figuras geométricas, o simbolismo dos cinco primeiros algarismos: 1,2,3,4 e 5, representando a Unidade, a Dualidade, a Trindade, o Quadrado e o Pentágono. Órgão O órgão que se encontra no espaço do coro, ao fundo da Basílica, foi construído e montado pela firma italiana Fratelli Ruffatti, de Pádua. A construção demorou ano e meio e a montagem, em 1952, quatro meses. Os cinco corpos, originariamente dispersos, foram reunidos em 1962 no coro. Esses cinco corpos, Grande Órgão, Positivo, Recitativo, Vila Marim Solo e Eco, são accionados por uma consola de cinco teclados e pedaleira. Tem 152 registos e aproximadamente 12000 tubos de metal (chumbo e estanho) e madeira. O tubo maior é de madeira e mede 11,50 metros e o mais pequeno é de metal e mede 9 milímetros. O maior tubo de metal mede 9,50 metros e pesa 1000 quilos. Tem ainda 20 campainhas e cerca de 20 foles. 8.4 Colunata O conjunto arquitectónico é obra de António Lino. A colunata é composta de 200 colunas e meias colunas, e 14 altares. Os painéis da Via-Sacra, em cerâmica, foram executados na Fábrica “Viúva Lamego”, de Lisboa, segundo desenho de Lino António, em colaboração com o ceramista Manuel Cargaleiro. Sobre a colunata, vêem-se 17 imagens. Algumas são de santos cujas congregações estão presentes em Fátima, outras daqueles santos que, pelos seus escritos e pregações, foram apóstolos da devoção a Nossa Senhora. Voltando-nos para a Basílica e da esquerda para a direita, as 13 imagens pequenas são de: - Stª Teresa de Ávila, de Maria Amélia Carvalheira da Silva, inaugurada a 10 de Maio de 1970; - S. Francisco de Sales, de Maria Amélia Carvalheira da Silva, inaugurada a 12 de Agosto de 1968; - S. Marcelino de Chapagnat, de Vasco Pereira da Conceição, inaugurada a 20 de Maio de 1967; - S. João Baptista de La Salle, de Victor Manuel Maia Godinho Marques, inaugurada a 17 de Julho de 1964; - Stº. Afonso Maria de Ligório, de Maria Amélia Carvalheira da Silva, inaugurada a 5 de Junho de 1960; - S. João Bosco e S. Domingos Sávio, de José Manuel Mouta Barradas, inaugurada a 1 de Maio de 1960; - S. Luís Maria Grignion de Montfort, de Domingos Soares Branco, inaugurada a 13 de Outubro de 1960; - S. Vicente de Paulo, de José Fernandes de Sousa Caldas, inaugurada a 16 de Julho de 1961; - S. Simon Stock, de Maria Amélia Carvalheira da Silva, inaugurada a 7 de Agosto de 1962; - Stº Inácio de Loiola, de Maria Amélia Carvalheira da Silva, inaugurada a 27 de Setembro de 1967; - S. Paulo da Cruz, de Jaime Ferreira dos Santos, inaugurada a 12 de Outubro de 1968; - S. João da Cruz, de Maria Amélia Carvalheira da Silva, inaugurada a 10 de Maio de 1970; - Stª Beatriz da Silva, de Maria Irene Vilar, inaugurada a 13 de Maio de 1989. As 4 imagens grandes são de santos portugueses. Voltando-nos para a Basílica, da esquerda para a direita, são: - S. João de Deus, de Álvaro Brée – 1953; - S. João de Brito, de António Duarte da Silva Santos - 1953; - Stº António, de Leopoldo Neves de Almeida – 1953; - São Nuno de Santa Maria (Nuno Álvares Pereira), de Salvador de Eça Barata Feio – 1953. As imagens grandes medem 3,20 metros e as pequenas 2,30 metros. O órgão do Recinto, instalado na sala do coro, do lado esquerdo do Altar, foi construído por Yves Koenig, de Sarre-union, França. Conta 20 registos, repartidos por 2 teclados manuais e pedaleira. A sua composição permite o acompanhamento das grandes celebrações, particularmente dos coros, e destina-se às celebrações dominicais, desde a Páscoa à festa de Todos os Santos, e às Peregrinações aniversarias, sendo também utilizado pela classe de órgão da Escola de Música do Santuário. Este órgão tem possibilidades sonoras muito amplas em relação ao número de jogos, permitindo a interpretação de um largo repertório. Foi inaugurado e entrou ao serviço na Peregrinação aniversaria de 12/13 de Maio de 2001. Sala de projecções Fica junto à saída lateral norte do Santuário, por baixo da Colunata, atrás da Azinheira Grande. Tem lugar para 60 pessoas e nela são exibidos vídeos sobre a mensagem de Fátima. 8.5 Igreja da Santíssima Trindade A origem do projecto A intenção de construir uma nova igreja no Santuário de Fátima surgiu em 1973. Verificou-se, já nessa altura, que a Basílica não tinha capacidade para acolher os peregrinos, particularmente aos domingos e outros dias de média afluência. Em 1997, o Santuário organizou um concurso internacional, tendo sido seleccionado o arquitecto grego Alexandros Tombazis, com um projecto que previa a construção da nova igreja ao fundo do Recinto do Santuário, junto à Praça Pio XII. O lançamento da primeira pedra teve lugar em 6 de Junho de 2004, Solenidade da Santíssima Trindade. Várias razões contribuíram para que a igreja fosse dedicada à Santíssima Trindade: as aparições do Anjo da Paz, com o seu insistente convite à adoração a Deus, Santíssima Trindade; as palavras do Papa João Paulo II proferidas na Capelinha das Aparições, em Maio de 1982, através das quais o Santo Padre elevou a sua acção de graças à Santíssima Trindade; o jubileu do ano 2000, também ele dedicado à Santíssima Trindade. A Igreja da Santíssima Trindade foi dedicada a 12 de Outubro de 2007 pelo Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano e Legado do Papa Bento XVI para o encerramento do Nonagésimo Aniversário das Aparições de Nossa Senhora em Fátima. O edifício A Igreja da Santíssima Trindade tem forma circular com 125m de diâmetro, sem apoios intermédios; é suportada por duas vigas de 182,5m de comprimento, com um vão livre de 80m e uma altura máxima de 21,15m. A altura do edifício é de 18m, o que ultrapassa levemente a colunata do recinto de oração, permanecendo a torre da Basílica o elemento dominante de todo o Santuário. Toda a Igreja é de cor branca, tanto na parte das vigas em que o betão está à vista, como na restante, revestida de pedra da região, conhecida por branco do mar. Capacidade A igreja tem um total de 8.633 lugares sentados, incluindo 76 para pessoas com dificuldades motoras. O interior é divisível em dois sectores, através de uma parede móvel de 2m de altura. A zona do presbitério tem capacidade para cerca de 100 concelebrantes. Aspectos técnicos Um sistema computorizado permite manter uma iluminação constante, bem como diferentes níveis de luz, de acordo com as funções a decorrer, conjugando a luminosidade exterior, a maior ou menor abertura dos estores da cobertura e o uso de luz artificial. A parte superior interna apresenta-se revestida por uma tela branca e translúcida de fabrico alemão (tela koch), e as paredes interiores foram especialmente tratadas do ponto de vista acústico: a do presbitério apresenta uma ligeira inclinação; as laterais são revestidas de material “acustoplan”; a do fundo, em betão branco, tem características difusoras; a face interior das doze portas dos Apóstolos é revestida de aglomerado de madeira perfurado. Um sistema de ventilação, aquecimento e ar condicionado permite regular a renovação do ar e a temperatura ambiente. Todas as condutas estão instaladas no plano inferior e desembocam em grelhas divididas por todo o pavimento. De ambos os lados, um conjunto de salas destinadas à comunicação social permite captação de imagem e som, bem como acompanhar visualmente as celebrações a decorrer. Toda a madeira utilizada nas paredes e nas cerca de 580 portas interiores é de cerejeira; os bancos da assembleia foram construídos em faia. O altar, o ambão, as cadeiras da presidência e o pavimento do presbitério são de pedra branco do mar; todo o resto do pavimento é de pedra ataíja creme, no interior da igreja, e de ataíja azulino, nos outros espaços. Um túnel do lado Sul permite o acesso à comunicação social, aos meios de segurança e socorro e aos espaços técnicos de serviço. Iconografia exterior Pórtico de entrada Constituída por malha de rede de aço, a escultura suspensa, das duas vigas, foi executada manualmente. Alguns Anjos Músicos de cor dourada e a frase Venite adoremus Dominum (Vinde, adoremos o Senhor) evocam as aparições do Anjo da Paz e convidam a entrar no templo e a adorar a Santíssima Trindade. Autora: Maria Loizidou (Chipre) Porta principal Dedicada a Cristo, é feita de bronze. Tem 8m de altura, uma área de 64m2 e é composta por quatro folhas, com 3.200kg cada uma. Inspira-se em Gn 1,1-2: No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, a terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas. Autor: Pedro Calapez (Portugal) Painéis do Rosário Encontram-se ao lado da Porta Principal, e representam os vinte mistérios do Rosário: à esquerda, os gozosos e luminosos, à direita, os dolorosos e gloriosos. Feitos de bronze, são da autoria de Pedro Calapez. Mistérios gozosos 1º Anunciação: a cabeça do Anjo; o dedo levantado em atitude de anúncio; um troço de auréola, do lado direito, é uma evocação de Nossa Senhora. 2º Visitação: duas figuras representam Maria e Isabel. 3º Natividade: S. José, com Maria, que embala o Menino. Os traços na parte esquerda simbolizam a gruta. 4º Apresentação: Simeão dirige-se a Nossa Senhora que eleva nas suas mãos o Menino Jesus. 5º Jesus entre os doutores: Jesus, com a mão direita levantada, discursando. Uma colunata em fundo evoca o Templo. Mistérios luminosos 1º Baptismo: a mão de João Baptista derrama água sobre a cabeça de Jesus. 2º Bodas de Caná: as vasilhas evocam a transformação da água em vinho. 3º Anúncio do Reino: as mãos simbolizam a pregação. 4º Transfiguração: a figura de Jesus suspensa, com Moisés e Elias. 5º Instituição da Eucaristia: o cálice evoca a Última Ceia. Mistérios dolorosos 1º Agonia: Jesus ajoelhado junto ao rochedo e o céu estrelado. 2º Flagelação: Jesus em sofrimento e um instrumento de tortura ao lado. 3º Coroação: a coroa de espinhos. 4º Caminho do Calvário: Jesus leva a cruz. 5º Crucifixão e morte: os pés de Jesus, e, à direita, um dos ladrões. Mistérios gloriosos 1º Ressurreição: Cristo eleva-se do túmulo perante os soldados vencidos. 2º Ascensão: os céus acolhem Jesus enquanto um apóstolo eleva as mãos. 3º Pentecostes: Deus dirige as mãos para a terra; delas emana o Espírito Santo. 4º Assunção: Nossa Senhora dirige o olhar para o alto. 5º Coroação: uma mão coloca a coroa em Nossa Senhora. Painéis de vidro Dos lados da porta principal, dois painéis de vidro com quatro citações bíblicas constituem um monumento à Palavra de Deus, à universalidade dos peregrinos de Fátima e à Santíssima Trindade. As passagens da Escritura foram grafadas em vinte e seis línguas: alemão, árabe, coreano, eslovaco, espanhol, filipino, francês, grego, hebraico, hindi, húngaro, indonésio, inglês, irlandês, italiano, japonês, latim, neerlandês, polaco, português, romeno, russo, tamil, turco, ucraniano, vietnamita. Autor: Kerry Joe Kelly (Canadá). Textos A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós (2 Cor 13, 13). Os Céus proclamam a Glória de Deus; o Firmamento anuncia a obra das Suas Mãos (Sl 19, 2). Livrai-vos de desprezar um só destes pequeninos, pois digo-vos que os seus Anjos, no Céu, vêem constantemente a face de meu Pai que está no Céu (Mt 18, 10). Que é o homem para te lembrares dele, o filho do homem para com ele te preocupares? (Sl 8, 5). Portas laterais Feitas de bronze, com 8 m de altura, são dedicadas aos doze Apóstolos. Um texto bíblico gravado na bandeira superior identifica o Apóstolo. O grafismo é de Francisco Providência (Portugal). Texto das portas Pedro: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja (Mt 16, 18). João: Jesus disse à Mãe: Mulher, eis o teu filho! Depois disse ao discípulo: Eis a tua Mãe! (Jo 19, 26-27). Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta! (Jo 14, 8). Mateus: Jesus disse a Mateus: Segue-me! E ele ergueu-se e seguiu-o (Mt 9, 9). Tiago Menor: Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura (Mc 16, 15). Simão: Vinde após mim e farei de vós pescadores de homens (Mc 1, 17). Matias: Em lugar de Judas, Matias foi agregado aos onze Apóstolos (Act 1, 26). Judas Tadeu: Se alguém me tem amor, guardará a minha palavra (Jo 14, 23). Tomé: Porque me viste, acreditaste. Felizes os que acreditam sem terem visto! (Jo 20, 29). Bartolomeu: Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel! (Jo 1, 49). André: André disse a Simão: «Encontrámos o Messias!» E levou-o até Jesus (Jo 1, 41). Tiago Maior: E eles, deixando imediatamente o barco e o pai, seguiram Jesus (Mt 4, 21-22). Iconografia interior Altar Bloco único de pedra da região, branco do mar, tem 3,50m de comprimento, 1,90m de profundidade e 94cm de altura. Pesa cerca de 16 toneladas. Pedra do túmulo de S. Pedro Colocada na frente do altar, é um fragmento marmóreo do túmulo do Apóstolo S. Pedro, sobre o qual está construída a Basílica do Vaticano, contendo a seguinte inscrição: “Fragmento de pedra retirado do sepulcro de S. Pedro Apóstolo e benzido pelo Sumo Pontífice no dia 9 de Março do Ano do Senhor de 2004”. Esta relíquia, segundo o Papa João Paulo II, que a ofereceu ao Santuário de Fátima, deve servir de estímulo para todos quantos vierem a visitar o novo templo, no sentido de cultivarem a união à autoridade suprema da Igreja. É um sinal visível da comunhão com a Igreja Universal e recorda a devoção dos Pastorinhos de Fátima ao Santo Padre. Crucifixo Feito de bronze e suspenso sobre o altar, tem 7,5m de altura e encontra-se sobreposto ao Cordeiro do painel. Representa Cristo, que se ofereceu voluntariamente por nós, vivo, glorioso, pronto a abraçar o mundo e a despregar-se da cruz. Autora: Catherine Green (Irlanda). Imagem de Nossa Senhora de Fátima Escultura de criação livre que representa Nossa Senhora jovem, com os braços abertos e deixando ver o Coração Imaculado e o Rosário. Esculpida em mármore branco de Carrara, tem 3m de altura. Autor: Benedetto Pietrogrande (Itália). Painel do Presbitério Mosaico com cerca de 500m2 (10m de altura e 50m de largura), cobrindo a parede curva do fundo do presbitério, é feito em terracota dourada e moldada manualmente. A cor do ouro simboliza a santidade e a fidelidade de Deus, tendo os três traços vermelhos a finalidade de realçar o dourado e favorecer a percepção do mistério e da santidade. Todo o dinamismo e tensão de luz e ouro no sentido horizontal e vertical pretendem provocar no coração de quem está na igreja um estado de alma que acolhe a beleza, a comunhão e o amor. À direita e à esquerda do trono e do Cordeiro, a Jerusalém Celeste, na qual se vê a multidão de Anjos e de Santos. O Cordeiro é formado pela cor do ouro e por tonalidades de alvura, porque Ele é a Luz. D’Ele partem ondas de luz. Os Santos estão pintados em tons coloridos, a indicar que estão na luz, receberam a luz, deixaram-se iluminar e penetrar por ela, acolheram o dom da vida divina. À nossa esquerda, à direita do Cordeiro, está a Mãe de Deus, à qual se unem os Beatos Francisco e Jacinta e a Irmã Lúcia, com o rosário nas mãos. Na primeira fila encontram-se seis Apóstolos e três Arcanjos, atrás dos quais está uma multidão de Santos, com destaque para o grupo franciscano: S. Francisco de Assis, Santa Clara e o Santo Padre Pio. À nossa direita, encontra-se S. João Baptista, que indicou o Filho de Deus como o Cordeiro, e mais seis Apóstolos e quatro Arcanjos. Por trás, mais uma multidão de Anjos e Santos, entre os quais Santa Isabel de Portugal e a Beata Teresa de Calcutá. O primeiro Arcanjo, à nossa esquerda, é Gabriel, com o rolo da Palavra de Deus na Anunciação; o último, à nossa direita é Miguel, o Arcanjo do Juízo, com a balança. Maria e João Baptista, ladeando o Cordeiro, formam uma das mais ricas imagens da iconografia sagrada, conhecida por Deisis (Intercessão). Da parte inferior do trono nasce água “limpa como cristal” (Ap 22, 1), a água da vida divina, o rio de vida que é o Espírito Santo, que assume e penetra toda a história, todos os homens, todo o cosmos, e que se dá a beber em jorros abundantes na Igreja, através da Liturgia e dos Sacramentos. Uma vez que na Liturgia se realiza a Páscoa de Cristo, por ela o rio de água viva penetra em nós e somos arrebatados pelo mistério que ela torna presente, o mistério da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito. À direita e à esquerda do trono e dos grupos de Santos abundam os ramos da árvore que dá doze colheitas e produz frutos cada mês e cujas folhas servem para curar as nações (Ap 22, 1-2). Elemento central das aparições de Fátima é a familiaridade com o Céu. A Jacinta e o Francisco desejavam-no ardentemente, e a Lúcia ficou triste de não poder ir para lá imediatamente. Esta é também uma dimensão constante da fé cristã, de modo que a Eucaristia convoca a Igreja em todos os tempos e lugares para a Jerusalém Celeste, onde há-de cantar continuamente o grande “aleluia” diante do trono do Cordeiro, com a Mãe de Deus, os Apóstolos e todos os Santos. Nesta igreja é convocada a assembleia dos fiéis, que celebram a Liturgia; ao centro, encontra-se o altar, lugar do sacrifício e da comunhão; como pano de fundo, vislumbram-se o trono do Cordeiro, vencedor do pecado e da morte, e os Santos. Neste templo dá-se o encontro face a face entre a Igreja do Céu e a da Terra. Em certo sentido, esta igreja põe-nos na situação em que se encontravam Francisco, Jacinta e Lúcia: da terra e da história, contemplavam o Céu, certos de que pela cruz se vai à luz. É da autoria do P. Marko Ivan Rupnik (Eslovénia) e foi executado por um grupo de artistas, especializados em arte litúrgica, no Instituto Oriental de Roma, e provenientes de oito nações e de quatro Igrejas Cristãs. Capela da reserva Eucarística Havendo vários sacrários neste complexo e prevendo-se que este templo venha a ser muito visitado, não há um sacrário, mas apenas uma Capela da Sagrada Reserva Eucarística por trás da zona do altar. Convívio de Santo Agostinho. Espaço polivalente, situado por baixo do adro da Igreja da Santíssima Trindade, comunga da mesma linguagem arquitectónica que reveste todo o complexo. Dele se vêem os espelhos de água que favorecem a interiorização junto à área da Reconciliação. Área da Reconciliação Situada em plano subterrâneo entre a Igreja da Santíssima Trindade e o Recinto do Santuário, o acesso à zona da Reconciliação faz-se por meio de duas escadas e de duas rampas que desembocam no grande corredor de 150m, denominado Galilé dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo. A parede reveste-se de azulejos da autoria de Álvaro Siza Vieira (Portugal), com representações de episódios da vida de S. Pedro e de S. Paulo. Descrição dos painéis No topo Norte, uma gravura na pedra representa S. Paulo com o livro da Palavra de Deus. Seguem--se as seguintes cenas: 1. Denúncia dos cristãos; 2. Cristãos perseguidos; 3. Queda; 4. Quem és Tu, Senhor? 5. Cura da cegueira; 6. Baptismo; 7. Encontro de Pedro e Paulo; 8. Cristãos orantes; 9. Viagens apostólicas; 10. Martírio. No topo Sul, uma gravura na pedra representa S. Pedro com as chaves. Seguem-se as seguintes cenas: 1. Pesca milagrosa; 2. Tu és Pedro; 3. Transfiguração; 4. Lava-pés; 5. Negação e arrependimento; 6. Chorando por Pedro; 7. Crucifixão. Capelas Capela do Sagrado Coração de Jesus, com 16 confessionários. Capela do Imaculado Coração de Maria, com 12 confessionários. Capela da Morte de Jesus, com 600 lugares. Capela da Ressurreição de Jesus, com 200 lugares e 16 confessionários. Capela do Santíssimo Sacramento, destinada ao Lausperene, com 200 lugares; o ostensório, de prata, é da autoria do escultor Zulmiro de Carvalho e data de 1986. Espelhos de água O primeiro, do lado de S. Pedro, alude à primeira criação, a criação da vida, inspirado no princípio do livro do Génesis. Uma inscrição convida ao louvor de Deus: Fontes, bendizei o Senhor! (Dn 3, 78). O segundo, do lado de S. Paulo, alude à segunda criação, o Baptismo, como participação na vida nova de Cristo. Uma inscrição estabelece a ligação com o último mandato do Senhor: Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos baptizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19). Via Lucis As catorze estações são da autoria de Vanni Rinaldi, artista Italiano, nascido em Soverato – Itália. Foi inaugurada em 2 de Junho de 2008, e encontra-se no átrio das capelas da Morte de Jesus e do Santíssimo Sacramento. 8.6 Praça João Paulo II Estátua do Papa João Paulo II Situada a Nordeste da Igreja da Santíssima Trindade, da autoria de Czeslaw Dzwigaj (Polónia), é de bronze e mede 3,5m de altura. Em 13 de Maio de 1982, João Paulo II dirigindo-se a Deus, Santíssima Trindade, rendeu-lhe graças pelo Seu amor para connosco, pronunciando um texto de onde se retirou a inscrição que se encontra na base da estátua: “Vai para a Santíssima Trindade este meu pensamento adorador, explicitado nesta terra abençoada de Fátima: Bendito seja Deus, rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou!”. Estátua do Papa Paulo VI Situada a Noroeste da Igreja da Santíssima Trindade, representa o Papa de joelhos e evoca a sua peregrinação a Fátima em 1967. Foi inaugurada em Maio de 1968 e é da autoria de Joaquim Correia (Portugal). 8.7 Praça Pio XII Estátua do Papa Pio XII Situada a Sudoeste da Igreja da Santíssima Trindade, feita de mármore branco, é da autoria de Domingos Soares Branco (Portugal). Inaugurada e benzida em 12 de Outubro de 1961. Pio XII falou várias vezes aos peregrinos de Fátima. Estátua de D. José Alves Correia da Silva Primeiro Bispo da diocese de Leiria restaurada. Situada a Sudeste da Igreja da Santíssima Trindade, é da autoria de Joaquim Correia (Portugal) e foi inaugurada em 2 de Fevereiro de 1973. D. José declarou dignas de fé as Aparições e permitiu o culto de Nossa Senhora de Fátima, em 13 de Outubro de 1930. Cruz alta Com 34m de altura e 17m de largura, feita de aço corten, é da autoria de Robert Schad (Alemanha). 8.8 Centro Pastoral Paulo VI Situado para além da Avenida D. José Alves Correia da Silva, está o Centro Pastoral Paulo VI, assim chamado em homenagem ao Papa que se quis fazer peregrino de Fátima em 13 de Maio de 1967. A pedra inaugural foi benzida em 13 de Maio de 1979 pelo Cardeal Franjo Seper, então Prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, e o Centro inaugurado pelo Papa João Paulo II em 13 de Maio de 1982. Tem 4 pisos e uma área de 14000 m2, e foi projectado pelo arquitecto José Carlos Loureiro, do Porto. Possui um grande anfiteatro, com capacidade para 2,124 pessoas sentadas, salas para encontros, capela e alojamento em camaratas com refeições em self-service. O Centro foi valorizado com diversas obras de arte: Num dos recantos do átrio encontra-se “A Pastorinha”, em bronze, da autoria do escultor José Rodrigues. No anfiteatro está o “Cristo Ressuscitado”, da autoria do Prof. Lagoa Henriques. É em bronze e mede 4 metros de altura. No corredor de acesso ao salão do Bom Pastor, pode ver-se uma imagem de Nossa Senhora “Mãe do Bom Pastor”, feita em mármore de Estremoz, da escultora Graça Costa Cabral. A escultora Maria Irene Vilar é autora do “Cristo Crucificado”, em madeira, que se encontra no salão do Bom Pastor. Para a Capela, o pintor Júlio Resende desenhou um vitral representativo do Bom Pastor. No relvado, em frente ao edifício, foi colocada uma imagem de Nossa Senhora, do escultor Domingos Soares Branco. 8.9 Casas de retiros de Nossa Senhora do Carmo e de Nossa Senhora das Dores Do lado norte e sul do Recinto de Oração, estão situados os dois edifícios designados respectivamente por Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores e de Nossa Senhora do Carmo, destinados ao alojamento de pessoas em retiros e encontros. No edifício da Casa de Nossa Senhora do Carmo, inaugurado pelo Cardeal D. António Ribeiro em 13 de Maio de 1986, com entrada pelo Santuário, funcionam os seguintes serviços: Reitoria, Serviço de Administração – SEAD, Serviço de Peregrinos – SEPE, Serviço de Alojamentos - SEAL, Serviço de Estudos e Difusão - SESDI, Serviço de Liturgia - SEPALI, e o Museu, “FÁTIMA Luz e Paz” onde estão objectos oferecidos em acção de graça a Nossa Senhora. A Coroa preciosa onde está incrustada a bala do atentado do Papa João Paulo II encontra-se também neste exposição. No átrio, pode admirar-se uma imagem de Nossa Senhora, datada de 1931, que é obra do escultor António Teixeira Lopes e que foi doada ao Santuário em 1932.

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